A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo projeta que a produção de motocicletas deve atingir 1.290.000 unidades em 2022; volume representa crescimento de 7,9% na comparação com as 1.195.149 motocicletas fabricadas no Polo Industrial de Manaus – PIM no ano passado
No varejo, a expectativa é que sejam emplacadas 1.230.000 motocicletas, o que corresponde a uma alta de 6,4% em relação a 2021 (1.156.074 unidades). As exportações deverão totalizar 54.000 unidades, alta de 1% sobre o volume registrado no ano passado (53.476 motocicletas).
As projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retomando os volumes pré-pandemia
“Esperamos um cenário mais estável neste ano para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa do 1,2 milhão de unidades”, comenta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Fermanian explica que o avanço dos serviços de entrega e o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e a disponibilidade de crédito, estão entre os fatores que fazem a demanda pelo modal continuar em alta.
No entanto, a Abraciclo está atenta para algumas variáveis que podem impactar esse desempenho, como o aumento dos casos da variante Ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os colaboradores dos postos de trabalho e impactar a produção.
As instabilidades do cenário macroeconômico que influenciam desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, até a alta nas taxas de juros e do frete, por exemplo, também merecem atenção. “Também acompanhamos outros movimentos do cenário político e econômico que podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”, comenta Fermanian.
A indústria de motocicletas fechou 2021 com a produção de 1.195.149 unidades, alta 24,2% na comparação com o ano anterior (961.986 motocicletas). O volume ficou 2% abaixo da expectativa da associação, que era de fabricar 1.220.000 motocicletas.
Os emplacamentos totalizaram 1.156.074 unidades, alta de 26,3% na comparação com 2020 (915.157 motocicletas)
A Scooter foi a categoria que registrou o maior crescimento anual. Foram licenciadas 107.285 unidades, volume 40,9% superior ao registrado em 2020 (76.129 motocicletas). “Apesar de ter 9,3% de participação no mercado, as Scooters estão ganhando cada vez mais espaço nas ruas, graças a sua praticidade, versatilidade e baixo consumo de combustível. A tendência é de que a procura cresça ainda mais”, analisa o presidente da Abraciclo.
As motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas), que são as mais utilizadas nos serviços de entrega, responderam por 80,7% do mercado, com 932.797 unidades emplacadas.
A participação dos modelos de média cilindrada (de 161 a 449 cilindradas) no total de licenciamentos foi de 15,5% (179.481 unidades). Já as motocicletas de alta cilindrada (acima de 450 cilindradas) representaram 3,8% do mercado (43.796 unidades).
Exportaç˜oes – As exportações somaram 53.476 unidades, o que corresponde a um aumento de 58,4% em relação a 2020 (33.750 unidades).
De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal mercado, com 16.119 unidades exportadas e 28,7% do volume total exportado.
Em segundo lugar, ficou a Colômbia (12.541 motocicletas e 22,4% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (11.642 unidades e 20,8%).